Os moradores das comunidades
Bela Vista e Terra Nova, localizadas no Bairro Egídio Madruga em Sapé, estão se
mobilizando para conter o despejo de fezes e outros dejetos na lagoa de
estabilização da estação de tratamento de esgotos, uma área de aproximadamente
8 hectares administrada pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa).
Os moradores denunciam o aumento do número de caminhões de empresas limpa
fossas que trazem fezes e despejam no local, vindos de diversas cidades
vizinhas e até de outros estados.
No último dia 30/08,
aconteceu uma reunião na escola pública do bairro, contando com a presença de
líderes comunitários, agentes de saúde moradores e representantes de entidades
não governamentais para discutir o assunto, momento em que foram apresentados
vídeos, promovidos debates e formada uma comissão para a elaboração de um
documento que servirá como base para o comunicado da situação ao Ministério
Público.
No último dia 14/09, a
comissão se reuniu para sistematizar a apuração dos fatos, produzir documentos,
fotos e vídeos para municiar as próximas ações a serem discutidas com a
comunidade. A reunião da comissão aconteceu na sede da Associação Atlética
Banco do Brasil (AABB), entidade também localizada no bairro. O próximo
encontro já está sendo agendado e será realizado em via pública, quando o
assunto mais uma vez será discutido com os moradores e um abaixo-assinado será
produzido para ser enviado ao Ministério Público.
As lagoas de
estabilização são locais para tratamento de efluentes por processos
químicos e biológicos, com o objetivo de reter a matéria orgânica e gerar água
com qualidade para retornar ao meio ambiente. São lagoas constituídas de forma
simples onde os esgotos entram em uma extremidade e saem na oposta. A matéria
orgânica, em forma de suspensão, fica no fundo da lagoa, formando um lodo que
vai aos poucos sendo estabilizado.
O projeto inicial da estação de tratamento de esgotos de Sapé previa a
construção de outras três lagoas no mesmo local, para que todo o processo de
estabilização pudesse completar os ciclos exigidos, desviando ainda o fluxo dos
resíduos para o riacho Ribeiro que desagua no rio Gurinhém, que não está no
curso da represa que abastece a região. Contudo, apenas uma lagoa funciona na
área, e mesmo com as outras três lagoas já demarcadas, nunca foram usadas,
comprometendo assim todo o processo de estabilização.
O problema vem tomando proporções cada vez maiores devido o crescimento do
número de moradias em volta da estação de tratamento. O município não possui
plano diretor e o crescimento dos bairros vai acontecendo sem planejamento e o
que antes era apenas uma lagoa distante do centro urbano, hoje se tornou um
problema já que o local está rodeado de residências, escolas, cemitério,
unidades públicas de saúde e outros equipamentos urbanos, e todos os dias os
moradores têm que conviver com a fedentina e a proliferação de insetos e
doenças. A lagoa também é habitada por jacarés, mas nenhum incidente foi
registrado envolvendo os moradores e esses animais.
Outro problema apontado pelos moradores é o vazamento de água da lagoa
de estabilização para o rio que abastece a represa São Salvador de onde sai a
água para o abastecimento do município e de outras seis cidades circunvizinhas.
A represa
São Salvador, construída em 1992, está localizada a 6 quilômetros do município
de Sapé, com uma área de 1.889.000 m2 e capacidade para mais de 12 milhões de metros
cúbicos. A represa e seu principal tributário, o riacho do mesmo nome, estão
situados na Bacia Inferior do Rio Paraíba.
Tem que mobilizar tida a população Sapeense não apenas os moradores da região circunvizinhas a lagoa. Moradores, ONGs, poder público, todos tem que este tem juntos nesta luts.
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